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TERRAPRO: proximidade e apoio técnico como pilares da agricultura de precisão

“Um agricultor hoje em dia é, acima de tudo, um gestor.”

Fundada em 2014, a TERRAPRO é já atualmente uma referência na Agricultura de Precisão em Portugal. Para uma ascensão tão rápida em tão pouco tempo, muito contribuiu a estratégia empresarial desenvolvida pela empresa: garantir proximidade e um apoio de excelência para tirar o máximo partido das soluções de agricultura de precisão.


João Noéme, Engenheiro Aeroespacial, é o Fundador e Diretor Geral da TERRAPRO. Já trabalhou na ESA – Estação Espacial Europeia – na área de satélites. Entretanto, fundou a UAVision (em 2005), e no âmbito desta empresa trabalhou 10 anos em desenvolvimento e operação de drones para diversas áreas de negócio (incluindo agricultura), e desde 2011 responsável pela área de EarthScience da empresa. Liderou a equipa de desenvolvimento de produtos ligados a Agricultura de Precisão (Sondas de humidade do solo, estações meteorológicas, controlo de comportas de rega, etc.). Em 2014 foi criada uma Spin-Off da UAVision para o mercado agrícola (TERRAPRO) da qual ficou responsável.

Desde sondas de humidade do solo a estações meteorológicas, passando por fitossensores, a TERRAPRO é principalmente uma empresa prestadora de serviços – gestão de rega, mapeamento da condutividade elétrica aparente do solo, mapeamento do vigor vegetativo NDVI (imagem aérea), aconselhamento em rega/fertilização diferenciada em pivots (VRI) com um objetivo final bem definido: tornar as explorações agrícolas mais eficientes e rentáveis.

Em que contexto surge a TERRAPRO?

A TERRAPRO surge em 2014, quando a UAVision tinha 2 departamentos muito distintos mas com a mesma equipa de desenvolvimento de base: Aeronáutica e Agricultura. Para além disso, por ser uma empresa ligada ao desenvolvimento de produto, a estratégia comercial era vender equipamento desenvolvido internamente. Começámos a perceber que havia um nicho de mercado por explorar, que era a utilização dos dados gerados pela tecnologia e a sua transformação em informação útil para o produtor. Assim criou-se a TERRAPRO, que afinou a estratégia comercial e técnica que já estava a começar a ser seguida na UAVision, focando-se não só na componente do equipamento, mas dando particular importância ao aconselhamento agronómico, a proximidade ao produtor, e o suporte técnico que damos em permanência.


A TERRAPRO, para além da comercialização de equipamentos de agricultura de precisão, diferencia-se pelo serviço técnico auxiliar de aconselhamento. Esta vertente tem-se revelado uma aposta ganha?

Como disse, este é um foco que ganhou particular relevância com a abertura da TERRAPRO. A empresa é constituída essencialmente por Engenheiros agrónomos, pois achamos que a grande mais-valia que podemos dar centra-se neste campo. Hoje em dia qualquer produtor, com alguma pesquisa e um pouco de tempo, tem acesso a inúmeras fontes de informação sobre a sua parcela. Se juntar um investimento baixo também adquire sensores de baixo custo que, de forma muito simples, se instalam no campo, para medição dos mais variados parâmetros. O problema atualmente é que o produtor tem demasiada informação que deve ser validada, organizada, e “digerida” para se tornar informação útil. Para além de ter equipamentos de campo que não falam entre si (e também se avariam). Os nossos técnicos não estão preocupados, por exemplo, em mostrar ao produtor o valor do índice vegetativo georeferenciado de cada ponto da parcela, mas o que o produtor deve fazer/alterar para ser eficiente (produção máxima e/ou redução de custos e água e fatores de produção) com base nos mapas a que temos acesso. Na prática e em resumo, a TERRAPRO traduz todos os dados recolhidos no campo, de diversas fontes, em informação útil e integrada para auxílio à decisão em tempo útil.

João Noéme, Diretor Geral da TERRAPRO.



“Em termos estratégicos acreditamos que para sermos os melhores, temos de garantir proximidade e um trabalho de apoio/aconselhamento ao produtor de excelência.”

É esta estratégia de proximidade que distingue a TERRAPRO da concorrência?

Em termos estratégicos acreditamos que para sermos os melhores, temos de garantir proximidade e um trabalho de apoio/aconselhamento ao produtor de excelência. Não estou preocupado em fazer o serviço ou os sensores mais baratos, pois se fizer um bom trabalho multiplico os ganhos pelo número de toneladas que o agricultor produz a mais, ou pelos milhares de metros cúbicos de água que poupa. E no fim não é uma pequena diferença no valor do serviço – se a houver – que compensa estes ganhos.

A TERRAPRO assume-se como uma empresa que de uma forma independente (ou seja, sem querer vender mais nada a não ser eficiência na produção) está ao lado do produtor durante a campanha. O produtor e a TERRAPRO estão a “remar” na mesma direção e com o mesmo objetivo. Temos já um leque variado de serviços ligados à monitorização de precisão que permite ter informação de precisão de várias fontes, e fazer recomendações diferenciadas na rega, fertilização, correções de solo ou mesmo em ajustes no projeto de rega na fase de instalação, por exemplo. Temos uma equipa pequena mas muito coesa e motivada e que “veste a camisola” para que o cliente seja sempre bem servido.

Mas em resumo, o que nos distingue da concorrência é o facto de podermos ser uma “one stop shop” neste campo de Agricultura de Precisão, ou seja, o cliente tem aqui acesso à mais variada tecnologia que pode ser usada e ser rentável economicamente, e não só do ponto de vista académico. Não queremos dar ao produtor acesso a tecnologia que ainda não está madura, quer ao nível tecnológico quer ao nível do seu preço no mercado. Queremos aliar a tecnologia ao mundo real.

Quais os produtos mais vendidos pela TERRAPRO?

O nosso produto e serviço mais vendido é sem dúvida ligado às sondas de humidade do solo. Ainda enquanto UAVision desenvolvemos sondas próprias, que são produzidas em Portugal e agora com 7 anos de utilização intensiva podemos assegurar a sua precisão e robustez surpreendentes. O serviço de aconselhamento de gestão de rega baseado na utilização destas sondas corresponde a mais de 70% da nossa faturação anual.

No entanto, estamos a aumentar muito os trabalhos de mapeamento da condutividade elétrica aparente do solo, que permite caracterizar o solo ao nível da textura, ou por exemplo identificar de forma georreferenciada manchas de salinidade no solo. É um serviço que por exemplo, na fase de implementação de um novo projecto agrícola, permite tirar conclusões importantíssimas ao nível do ajuste nos setores de rega, necessidade de correções de solo, entre outras, por um preço absolutamente irrelevante face ao custo do investimento. Ficamos a conhecer o solo, e isso é muito importante porque ele é a base de todo o nosso trabalho.

Por fim, os serviços de imagem aérea (NDVI) também têm crescido quer por via dos preços muitissimos baixos que podemos praticar (em particular de satélite), quer pela recente “democratização” desta tecnologia, que nos permite fazer muitas imagens de muita qualidade (no caso de avião ou drone) em que se podem tirar conclusões muito relevantes para a cultura.

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