Mercado global das framboesas num “momento crítico”
Durante muito tempo, o desenvolvimento de novas cultivares de framboesa teve como foco a durabilidade em detrimento do sabor, colocando esta baga numa posição pouco favorável, afirma o presidente executivo da Driscolls para a América do Norte, Soren Bjorn.
“As framboesas, das quatro bagas (juntamente com o mirtilo, amora e morango), são certamente as mais perecíveis,” afirma Bjorn ao FreshFruitPortal.
O executivo afirma que o desafio nos últimos anos passou por tornar as framboesas suficientemente aceitáveis na colheita e pós-colheita e, apesar desta baga não aguentar distâncias demasiado longas, a evolução registada foi “muito positiva”, porém, a “fileira chegou agora a um ponto onde é necessário melhorar o seu sabor”, afirma Bjorn.
“Os outros pequenos frutos melhoraram consistentemente: temos atualmente ótimas amoras durante todo o ano, os mirtilos estão a melhorar o sabor ano após ano, e creio que as framboesas, enquanto as tornámos comercializáveis, ao melhorar exponencialmente as características pós-colheita e tornar possível chegar a casa dos consumidores, deixámos um pouco de lado o sabor que elas precisam de ter”. “A nossa grande oportunidade no negócio das framboesas está em torná-las mais saborosas e consequentemente mais apelativas para os consumidores”.
Proximidade é a chave na comercialização de pequenos frutos
Para o executivo da Driscoll´s, a comercialização de pequenos frutos deve ser efetuada sempre em mercados de relativa proximidade, “à distância de uma viagem de camião”. Neste sentido, a empresa deixou de produzir no Chile e, atualmente, ainda produz “na África do Sul com destino à Europa, mas cada vez menos e, provavelmente, isso deixará de acontecer no futuro”.
“Todas as framboesas são agora produzidas à distância de um camião. O mesmo acontece para as amoras e morangos, e é também cada vez mais verdade com os mirtilos”. Para se adaptar a este novo paradigma, Bjorn acredita que países produtores como o Chile vão ter de se focar no desenvolvimento do mercado Sul Americano, que se encontra relativamente subdesenvolvido atualmente.
“Para a África do Sul, as oportunidades estão no Médio Oriente e no Sudoeste Asiático, que são excelentes mercados para a framboesa. Nós não estamos a produzir no Médio Oriente ou no Sudoeste Asiático, e não temos planos para o fazer, pelo que esses mercados podem ser uma boa oportunidade para a África do Sul. Para o Chile, estes são mercados demasiado longínquos.”
A empresa está também a entrar no mercado chinês, que vê como uma excelente oportunidade: “a entrada na China sempre fez parte da estratégia da Driscoll´s. Atualmente, a nossa atividade naquele país não se resume ao mercado de exportação para os EUA. O dólar australiano é mais competitivo, e estamos também a exportar pequenos frutos com a insígnia Driscoll´s para a Austrália – para já na sua maioria mirtilos, mas as framboesas e morangos também irão fazer parte do portefólio em breve, para além do mercado chinês, que acreditamos que irá contribuir para o crescimento da Driscoll´s nos próximos anos”.

Koppert: Em Parceria com a Natureza.