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Koppert: em parceria com a Natureza

“A luta biológica passa por criar um sistema benéfico, uma forma de trabalhar sustentável, contínua e inovadora.”

A Koppert nasceu em 1967, fundada por Jan Koppert, um produtor de pepinos, que controlava as doenças e pragas com produtos químicos, mas a eficiência do controlo diminuía a cada ano. A situação piorou quando Jan Koppert ficou alérgico e doente, como resultado da utilização excessiva de fitofarmacêuticos, e aí teve que enfrentar um dilema fundamental, abandonar o trabalho ou procurar uma alternativa: tinha acabado de nascer a Koppert.

Originária da Holanda, a empresa está presente atualmente em praticamente todo o mundo. as operações da Koppert vão desde o Brasil (onde detém maior dimensão) a Portugal, passando pelo Quénia. Na Europa, os países que representam maior volume de produção para a Koppert são a Espanha e a Holanda. Com soluções que vão desde a polinização aos auxiliares, passando por bioestimulantes, a forte aposta em I&D do grupo tem trazido constantemente inovação e alternativas viáveis para o setor agrícola.

A presença da Koppert em Portugal é ainda recente, mas conta já com 8 distribuidores licenciados e formados pela Koppert, cobrindo todo o território nacional. Para Gonçalo Duarte, Responsável Técnico-Comercial da Koppert, a agricultura portuguesa irá tornar-se das principais referências da Europa em poucos anos.

Qual a principal diferença entre luta química e biológica?

A luta biológica passa por criar um sistema, uma forma de trabalhar sustentável, contínua e inovadora. Não trabalhamos na perspetiva das soluções rápidas, porque isso, a longo prazo, não funciona. Já assistimos a isso várias vezes, e infelizmente ainda há pessoas a cometer esse tipo de erro. Nós criamos condições para que tudo fique em equilíbrio.


Gonçalo Duarte e Joana Delgado formam a equipa da Koppert em Portugal

Gonçalo Duarte e Joana Delgado formam a equipa da Koppert em Portugal


A política da Koppert passa pela partilha do conhecimento, promovendo a divulgação da informação aos seus clientes e stakeholders. Este posicionamento tem trazido retorno à empresa no mercado português?

Este mercado dos auxiliares não pode ser feito de outra forma. É necessário formar e informar as pessoas, acompanhá-las, transmitir o conhecimento, trazer novidades… Não estamos a vender garrafas de fitofarmacêuticos. Ainda muito recentemente, um produtor pediu-me uma ficha técnica do produto, mas esta informação não deve ser entendida como definitiva. Eu posso colocar na descrição que este auxiliar come A, B ou C, mas também pode comer um bocado de D… ou seja, não é assim tão linear. Temos que estar constantemente a formar e a acompanhar os produtores e dar esse apoio.

Esta estratégia assente numa base de proximidade não se pode tornar, por vezes, num constrangimento, dado o elevado volume de recursos necessários?

Muito tempo e muitos kilómetros (risos). Mas neste mercado é assim que se trabalha, para ser de forma séria, eficaz, e deixar o cliente totalmente satisfeito, não poderia ser de outra forma.

Para a Koppert, “o conhecimento é a base do sucesso”. A forte aposta em I&D é o principal pilar da empresa?

Sim, é absolutamente fundamental. Já visitei várias vezes a parte de I&D da Koppert, e todos os colaboradores da Koppert estão ligados ao centro de I&D. Por exemplo, já encontrei várias vezes diversos insetos em Portugal que podem ter interesse, recolho e envio para os laboratórios na Holanda, Espanha, para que se estude e que se conheçam melhor as suas características e potencial, porque nós só evoluímos porque temos pessoas no mundo inteiro a fazer isto, a partilhar conhecimento e ideias entre nós. Eu falo constantemente com colegas do Quénia, Etiópia… parece estranho, mas lá têm problemas muito parecidos com os nossos em algumas culturas. Falo também com pessoas do Brasil, dos Estados Unidos, etc..

Como encara a Koppert a agricultura em Portugal?

Portugal está a tornar-se um potentado dos Pequenos Frutos da Europa, quer pelo crescimento no Sudoeste Alentejano, com muito investimento estrangeiro, quer mais a Norte, com a instalação de muitos novos produtores. A Koppert entrou em Portugal sobretudo para a cultura do tomate, na zona de Torres Vedras, com a comercialização de abelhões para a polinização daquela cultura. E o que notamos agora é que a cultura dos pequenos frutos tem mais peso do que a parte hortícola. O mercado está a mudar e as empresas também têm que se adaptar às suas evoluções e procura existentes.

Nós temos agora várias linhas de ação diferentes. A horticultura, cuja evolução está estável, os pequenos frutos – que é o nosso principal foco atualmente -, as plantas ornamentais, em Portugal, são também muito importantes. Vamos iniciar algumas novas culturas, nomeadamente pomares, como por exemplo maçã, peracitrinos. Temos também intenção de ir para a cultura dos cereais, e tudo o que são culturas como o tomate-indústria ou vinha. Temos um foco que nos distingue um bocado do resto da Europa, dada a multiplicidade de culturas possíveis e existentes no nosso país. Não tenho dúvidas que iremos crescer bastante nos próximos 3 anos.


Koppert Natupol

Qual a cultura número um para a Koppert, atualmente, no nosso país?

No momento, é a framboesa, em termos de auxiliares de luta biológica e o tomate para a polinização.

E qual é o produto da Koppert mais comercializado em Portugal?

Temos os produtos bandeira, que são os da polinização, nomeadamente a Natupol e a Tripol. Entre os auxiliares, temos um predador de ácaros, o Spidex (Phytoseiulus persimilis), que é o auxiliar mais vendido.

Quais as razões para o sucesso do Spidex?

Em Portugal, a maior parte da luta biológica é contra ácaros, desde a roseira, framboesa, morango, etc. Este é o produto ideal para o combate aos ácaros em todas estas culturas, sendo extremamente eficiente. É o produto mais vendido em toda a Península Ibérica.


Polinizadores Koppert

Os polinizadores são o produto bandeira da Koppert.



Spidex

O Spidex é o auxiliar mais vendido da Koppert. Combate o Aranhiço Vermelho.


A aposta em marketing & comunicação é uma prioridade?

A aposta em marketing & comunicação é relativamente recente na empresa, talvez porque na Koppert sempre acreditou muito na qualidade dos nossos produtos. Mas creio que por vezes isso não chega, é necessário que os produtores também tenham essa certeza, e por isso a comunicação reveste-se de cada vez mais importância no sucesso comercial das empresas, mesmo que estas tenham produtos de excelência. É muito mais fácil para a atividade comercial ter suporte na comunicação, como por exemplo vídeos, que complementem e ajudem a compreender as características e potencialidades dos produtos.


VÍdeo Institucional da Koppert.

Quais as principais dificuldades dos produtores portugueses?

Portugal tem alguns problemas muito concretos em relação a outros países “semelhantes”, como Espanha ou Itália. Em Portugal, existem menos alternativas biológicas ao tratamento químico.

Vê com bons olhos estas noticias sobre incentivos em agricultura biológica em alguns países da UE? Por exemplo o caso da Dinamarca?

Eu seria suspeito para falar, pois trabalhei em agricultura biológica e agora trabalho numa empresa que também está intimamente ligada à produção em modo biológico.

Eu acho que não pode ser “nem 8, nem 80”. Não podemos ter, para já, um país inteiro a produzir em modo biológico. Por outro lado, toda a iniciativa para a produção em modo biológico é louvável. Quando visito explorações em modo de produção biológico e vejo a quantidade de vida que existe ali, não posso deixar de concordar que este é um ótimo caminho a seguir, para além das razões ambientais e da qualidade da produção. Nós (Portugal), somos um país pequeno, não podemos competir em quantidade, por exemplo, com a nossa vizinha Espanha, portanto temos que valorizar o nosso produto pela diferença e qualidade, se isso implicar produzir em modo biológico, tanto melhor.

Os agricultores valorizam efetivamente empresas que promovem o desenvolvimento sustentável ou apenas se interessam pelo preço? A “parceria com a Natureza” da Koppert tem dado resultados económicos positivos?

Isso depende de caso para caso. As motivações variam, mas no geral são valores cada vez mais presentes na agricultura nacional.

Como vê o futuro do setor hortofrutícola nacional?

Muito viçoso, e cada vez melhor. Estamos a ficar muito competitivos, vemos muitas empresas a vir para cá, estamos a evoluir muito e rápido, e dentro de poucos anos vamos estar na crista da onda da produção intensiva e com qualidade.

Para mais informações sobre a Koppert: www.koppert.com; marketingagricola.pt/koppert;

Email:  gduarte@koppert.es | jpedruco@koppert.es

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