Kinder Surpresa e Happy Meal proibidos no Chile
O Chile juntou-se ao Equador e ao Reino Unido como um dos poucos países do mundo que alertam, através dos rótulos, para o excesso de substâncias prejudiciais para a saúde nos alimentos. Esta nova lei proíbe também a oferta de brinquedos em alimentos que contenham nutrientes considerados nocivos, tais como o “Happy Meal” ou o “Kinder Surpresa”.
A nova lei de rotulagem de alimentos entrou dia 29 de junho em vigor naquele país, numa cerimónia liderada pela presidente, Michelle Bachelet, assegurando que esta lei ajudará as famílias a decidir o que consumir e a informar-se sobre os produtos saudáveis.
“Isto é mais do que uma nova lei. É uma política pública histórica para o país e uma regulação inédita no mundo”, afirmou a líder do governo, que acrescentou que a medida é apenas comparável “com os esforços que o Chile fez há 50 anos, quando enfrentou a subnutrição infantil.”
Excesso de Peso afeta metade das crianças
“Meio século mais tarde a luta é contra a obesidade e o excesso de peso, e enfrentamos condições diferentes e que devemos assumir de frente. É um problema real: metade das crianças do primeiro ano do ensino básico têm excesso de peso e somos o país líder em índice de obesidade na América Latina”, assinalou Bachelet.
A medida é equiparável às colocadas em marcha pelo Reino Unido e Equador, que em 2012 e 2014, respetivamente, começaram a classificar os seus alimentos com o mesmo princípio.
No caso destes países, o símbolo gráfico escolhido foi a “semaforização” dos alimentos, com as advertências a serem transmitidas com a cor verde, amarela ou vermelha, dependendo do conteúdo calórico dos produtos.
Alimentos com nutrientes “críticos” não podem oferecer brinquedos
Cerca de 9,5% dos menores de 5 anos são obesos, segundo a FAO, enquanto que o Ministério da Saúde do Chile assinala que mais de 30% das crianças entre 0 a 7 anos sofre de excesso de peso. Com a nova lei, não se poderão vender produtos alimentares com nutrientes “críticos” que sejam promovidos com jogos ou brinquedos, como acontece com o “Kinder Surpresa” ou o “Happy Meal” da McDonald´s, que contenham altas quantidades de sal, açúcar e gorduras saturadas.
Segundo o chefe do Departamento de Políticas Públicas do Ministério da Saúde do Chile, Tito Pizzarro, esses produtos não podem ser entregues com uma âncora comercial. Por outro lado, a Kinder e a McDonald´s opuseram-se à proibição e anunciaram que irão avançar com recursos para a reverter. Porém, esta medida não é inédita. O famoso ovo lançado pela Ferrero em 1972 já não pode ser comercializado nos Estados Unidos, devido a um regulamento de 1938, que proíbe associar a um alimento qualquer outra substância (neste caso, um brinquedo).