Imagens de satélite, uma ferramenta de gestão agrícola
A simples observação da superfície terrestre, através destas imagens, fornece informação espacial de apoio à decisão. Informação esta que é gerada em tempo certo, de forma repetitiva e sintetizada, num processo eficiente em termos de custo.
Como funciona?
A base para gerar informação espacial a partir de dados multiespectrais é a assunção da relação entre as características estruturais e bioquímicas das plantas. As imagens de satélite cruas oferecem alguma informação como por e
O NDVI (Normalized Difference Vegetation Index), é um índice usado há muitos anos pelas indústrias agrícola, florestal e ambiental, devido à sua admirável capacidade de distinguir a vegetação de outros materiais. Este índice pode ser utilizado para identificar a densidade relativa ou a quantidade de vegetação verde presente numa imagem para, desta forma, monitorizar zonas de seca, prever a produção agrícola ou assistir na prevenção de zonas de incêndio e de desertificação.
Posto de forma simplificada, o índice NDVI mede o estado de saúde das plantas avaliando como a planta reflecte a luz a diferentes frequências (algumas ondas são absorvidas e outras reflectidas). Diferentes cores simbolizam caracterśticas distintas da paisagem. Por exemplo verde para a vegetação, e azul para o solo, rochas e terra árida.
Escala NDVI: -1 baixa reflectância a +1 alta reflectância
O que mede?
Do ponto de vista agrícola, as propriedades do solo e da vegetação são de grande importância. Existem inúmeras variáveis que podem ser medidas recorrendo à análise dos dados multiespectrais. Desde variáveis bioquímicas da folha como o teor de clorofila, de carotenoides e de antocianina, o teor proteico, de nitrogénio e de água e até a vegetação não-fotossintética. Podem também ser medidas variáveis biofísicas
O uso de imagens de satélite permite, por exemplo, gerar informação sobre o carbono orgânico e o óxido de ferro disponíveis, importantes indicadores da fertilidade do solo.
Imagem NDVI
Como usar a informação gerada?
Estes dados possibilitam aos agricultores:
conhecer a produção primária, gerir pestes e monitorizar doenças.
melhorar a gestão de resíduos da produção (analisando a absorção do vapor atmosférico pela celulose vs lenhina).
monitorizar as necessidades de água das plantas (discriminando as 3 fases da água, sólido, líquido e gasoso).
melhorar a eficiência da fertilização (discriminando a absorção proteica da sobreposição de celulose, lenhina e
absorção de água).investigar os impactos das diferentes fontes de stress das plantas (temperatura, azoto e água) pelo seguimento da cadeia de transformação de energia nas folhas.
otimizar a amostragem do solo (através da identificação de diferentes qualidades do solo)
identificar padrões de crescimento, que indicam a variabilidade de diferentes condições de crescimento numa exploração. Esta informação pode ser útil para medidas de enriquecimento do solo como o aumento do teor de matéria orgânica ou para o planeamento da densidade de sementeira.
No fundo, permite fazer o planeamento de ações fundamentais numa exploração agrícola que são: fertilização, proteção das plantas, irrigação e colheita.
O uso mais eficiente da terra e portanto, o maior ganho económico numa exploração agrícola, só pode ser alcançado por agricultores que tenham acesso ao máximo de informação relativa às necessidades individuais da sua exploração. Assim, a combinação de dados de satélite com dados de sensores instalados no solo, parece representar o método de gestão mais promissor.
Artigo por: Agroop, adaptado de Spaceborne Imaging Spectroscopy for Sustainable Agriculture: Contributions and Challenges
Fotos: Airbus, Commercial UAV News, Satellite Imaging Corporation[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]