Colheita de pera e de maçã diminui na UE
As colheitas de maçã e pera de 2016 na União Europeia vão descer 3% e 9%, respetivamente, relativamente à campanha do ano anterior. Com exceção de algum frio que afetou alguns países da Europa Central e – de forma menos intensa – a Península Ibérica, as condições climáticas foram favoráveis, prevendo-se uma boa qualidade da fruta.
Estes são alguns resultados da previsão realizada pela Associação Mundial de Pera e Maçã (WAPA), que indica ainda, para Portugal, uma quebra de 20% na colheita de maçã e a manutenção da produção na pera, relativamente ao ano passado.
Colheita de Maçã
A previsão para a colheita de 2016 de maçã na UE é de 12 milhões de toneladas, menos 3% do que no ano anterior, e mais 1% comparativamente à média dos três anos anteriores. Este relatório reúne as produções dos principais 21 Estados.
Um ponto particular de preocupação este ano foi o frio intenso, que afetou principalmente a Europa Central, particularmente a Eslovénia, Áustria, e algumas zonas da Croácia e Hungria. Mas mudanças significativas também se registaram noutros países do Hemisfério Norte, como o Canadá (+24%, Turquia (+16%), EUA (+12%) e Rússia (+2%), tendo a colheita registado um decréscimo no México (-16%) e Suíça (-5%). A produção de maçã na Bielorrússia irá manter-se similar ao ano passado e a Ucrânia regista um aumento de 1%. Portugal regista uma produção de 263.000 toneladas, menos 20% do que a colheita de 2015.

Evolução da produção de maça na UE (2008-2016)
No que concerne às cultivares (variedades), a produção de Golden Delicious irá registar uma quebra de 7%, situando-se nos 2.364.000 de toneladas. A Red Delicious desce 2%, atingindo as 633.00 toneladas. Por outro lado, as novas cultivares vão registar um crescimento médio de 14%, para as 530.000 toneladas.

Evolução da Colheita das quatro maiores variedades de maça produzidas na UE
Colheita de Pera
A colheita total de pera da UE irá atingir os 2.17 milhões de toneladas, representando uma quebra de 9% relativamente ao ano passado e à média dos últimos 3 anos. Este relatório incluiu a produção dos 19 maiores produtores de pera da UE. Fora da UE, registaram-se aumentos na China (+6%), Turquia (+5%) e Ucrânia. Por outro lado, EUA (-3%), Suíça (-16%) e Bielorrússia (-1%) tiveram quebras.

Evoluçao da produção de pera na UE (2008-2016)
Pera Rocha mantém produção
Em termos de cultivares (variedades), a Conference, cultivar mais produzida na UE, vê a sua produção decrescer 5%, para as 918.000 toneladas. A Abate F regista uma descida de 13%, para as 290.000 toneladas, e a William BC desce 11%, atingindo as 252.000 toneladas.
A Pera Rocha, quarta variedade mais produzida na Europa, regista um aumento muito ligeiro (menos de 1% relativamente ao ano anterior), situando-se nas 135.000 toneladas. Porém, este valor representa uma quebra de 19% relativamente à média dos três anos anteriores.

Evolução das 4 variedades de pera mais produzidas na UE.
Para ver o relatório da WAPA clique aqui.
Profissionais veem futuro do setor com confiança
O Presidente da Associação Mundial de Pera e Maçã, Daniel Sauvaitre, afirmou que se está a iniciar “uma nova época, que irá continuar a desafiar o setor, a nível doméstico e internacional. A qualidade da colheita e o melhor equilíbrio entre a oferta e procura, irá possivelmente levar a uma maior rentabilidade para os produtores. Para a maçã, a situação parece ligeiramente melhor, particularmente para o mercado em fresco. Relativamente à pera, a produção atingiu níveis baixos, o que pode significar menor pressão sobre os preços depois de uma campanha difícil.”
Segundo especialistas do setor, os números divulgados na Prognosfruit, evento anual para o Setor da Pera e Maçã organizado pela WAPA, deixam margem para um otimismo cuidadoso para a próxima campanha, com uma situação mais equilibrada entre a oferta e a procura. Não se registam stocks pendentes, é esperado um maior equilíbrio entre a comercialização em fresco e processado e a pressão oriunda do Hemisfério Sul deverá ser limitada.
Consequentemente, a época ira começar com menor pressão do que no ano anterior. Adicionalmente, registaram-se desenvolvimentos positivos nas exportações para novos mercados nos últimos anos, mas os efeitos do embargo russo ainda irão ser sentidos pelos produtores. A boa organização dos produtores e o dinamismo dos agentes exportadores têm sido benéficos nos últimos anos para o reposicionamento do setor em novos mercados e para ajudar a ultrapassar campanhas difíceis.
Apesar dos resultados pobres para os produtores nas campanhas anteriores, o setor continua empenhado em adaptar os pomares a novas variedades, com melhor sabor e com a crocância desejada pelos consumidores, e assim continuar a melhorar a qualidade global da oferta.
Para além disso, o setor continua fortemente comprometido em melhorar a experiência do consumidor e está a fazer os maiores esforços para estimular o consumo.
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