Características de um bom substrato agrícola
Os substratos são caracterizados por serem a base de materiais onde se desenvolvem as raízes das plantas e devem ser usados principalmente para colmatar as necessidades nutricionais, de ar e de água das culturas.
Atualmente, o solo ou terra deixou de ser tão utilizado devido às dificuldades em se obter qualidade uniforme e, em alguns casos, estar contaminado por herbicidas, químicos, nematóides, pragas e plantas daninhas. Foi desta forma que o substrato agrícola ganhou espaço, podendo trazer uniformidade, padrão, qualidade, aumentos significativos na biomassa, regularização do crescimento, do florescimento e frutificação, melhor vingamento pós transplante, maior facilidade em programar e organizar a produção, sanidade, livre de daninhas, pragas, nematoides, herbicidas, químicos e resultados reproduzíveis para o cultivo comercial.
Substrato inadequado pode comprometer qualidade da planta
Substratos com características indesejáveis podem comprometer a qualidade das plantas. A busca de substratos de boa qualidade é um fator importante, que deve ser adotado pelos profissionais agrícolas.
Além disso, o uso de um substrato padrão permite a automatização da irrigação, adubação e reduz o período de cultivo nas estufas, gerando mais ciclos de produção durante o ano e aumentando o lucro do produtor.
O desenvolvimento adequado das plantas depende em grande parte das propriedades químicas, físicas e biológicas dos substratos utilizados, pelo que deve analisar bem a composição deste no momento da compra. Cada espécie tem um substrato ótimo capaz de garantir a qualidade adequada ao desenvolvimento das plantas maximizando-o no seu todo.
Propriedades Físicas
As propriedades físicas são das características mais importantes no momento de seleção do melhor substrato. Neste grupo estão incluídas a estrutura e textura – por exemplo a capacidade de retenção versus drenagem da água, a plasticidade, a porosidade e a densidade do substrato.
Propriedades biológicas
Características biológicas favoráveis também podem estar presentes nas matérias-primas e nos substratos orgânicos. Alguns microrganismos antagónicos podem auxiliar na supressão de agentes patogénicos, e a inoculação de micorrizas é uma prática comercial. O efeito supressivo, que se caracteriza pelo facto da doença não se manifestar mesmo na presença do hospedeiro susceptível, tem sido associado à actividade antagonista (através da produção de antibióticos, enzimas ou biocidas), ou associado à actividade de competição (por oxigénio ou por nutrientes como o carbono, o azoto ou o ferro), demonstrada por microrganismos que se desenvolvem durante o processo de compostagem (Diaz et al., 1987). Pelo contrário, os solos minerais são potenciais inoculadores de agentes patogénicos das culturas quando utilizados nas misturas.
Principais características essenciais de um substrato
Firmeza
O substrato deve ser firme o suficiente para facilitar entre outros fatores, o enraizamento ou a germinação.
Volume constante
O volume do substrato quando molhado ou seco deve ser constante, não ocorrendo compactação do mesmo.
Maturação
O substrato deve estar bem maturado para impedir a imobilização do azoto, entre outros fatores.
Retenção de água
O substrato deve ter uma equilibrada capacidade de retenção de água para não exigir uma rega demasiado frequente.
Limpeza e Higienização do substrato
O material deve estar higienizado e limpo de forma a não inocular pragas e doenças às plantas.
Porosidade
O substrato deve ser suficientemente poroso para facilitar a drenagem do excesso de água evitando o encharcamento, facilitando a respiração do sistema radicular.
Capacidade para disponibilizar água e nutrientes
De forma a garantir o crescimento e desenvolvimento das plantas – capacidade de troca catiónica – elevado teor em matéria orgânica.
O substrato deve ainda reunir uma baixa quantidade de sais e um estrutura e granulometria adequadas à planta.
Fonte: A Cientista Agrícola | “Compostagem, fertilização do solo e substratos”, de Luís Miguel Brito.