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Biobottle: novas embalagens biodegradáveis para lácteos

O Instituto Tecnológico de Plástico (AIMPLAS), de Valência, Espanha, anunciou o desenvolvimento para o setor lácteo de embalagens biodegradáveis e resistentes aos tratamentos térmicos, em forma de sacos, garrafas e tampas, o projeto europeu Biobottle, que conta com participação portuguesa.

O Instituto informou que terminou as investigações que possibilitaram o desenvolvimento de novos biopolímeros (produzidos a partir de matérias-primas de fontes renováveis, como o milho), a partir dos quais se poderão fabricar novas garrafas, sacos e tampas biodegradáveis, num projeto em que participam duas empresas portuguesas (Vizelpas e a Espaçoplas).

Estes produtos apresentam-se como resistentes à esterilização, bem como à pasteurização, (esterilização através do calor, como a do leite), para que seja possível conter produtos lácteos como o leite fresco, batidos e iogurtes, com probióticos (organismos que quando administrados trazem benefícios à saúde do hospedeiro como facilitar a digestão ou a absorção de nutrientes), lê-se num comunicado do instituto, citado pela agência noticiosa Efe.

Após a sua utilização, as embalagens poderão ser transportadas juntamente com os restantes resíduos orgânicos e transformadas em fertilizantes, através de condições de compostagem. O projeto denomina-se ‘Biobottle’, é desenvolvido dentro do Sétimo Programa-Quadro da União Europeia, coordenado pelo Aimplas e conta com um financiamento de um milhão de euros.

O desenvolvimento contou com a participação de sete empresas e centros tecnológicos, de cinco países distintos, nomeadamente, a Vizelpas e a Espaçoplas (Portugal), a VLB (Alemanha), a OWS (Bélgica), a CNR (Itália) e as Almuplas e Aljuan (Espanha).

Atualmente, as embalagens para este tipo de produtos são fabricadas a partir de polietileno, o qual ainda é facilmente reciclável, no entanto, na maioria das vezes, a sua vida útil é terminada em aterros devido aos problemas de odor provocados pelos resíduos deste produto.

Por este motivo, e também pela grande quantidade de lácteos que são consumidos na União Europeia, torna-se cativante o desenvolvimento destes recipientes biológicos e compostáveis, enuncia a mesma fonte.

O objetivo do projeto “Biobottle” visava conseguir que as novas embalagens biodegradáveis, fabricadas com os biopolímeros desenvolvidos no projeto, cumprissem com as exigências mecânicas e térmicas requeridas para a sua aplicação, e que superassem as análises microbiológicas, sem afetar as propriedades organoléticas do produto.

Os resultados obtidos, com garrafas e tampas com monocamadas e sacos com multicamadas, demonstraram que as embalagens são capazes de resistir a temperaturas até os 95 graus centígrados. Foi possível modificar os materiais comerciais existentes, de forma a cumprir todas as expectativas, e também que estes fossem processáveis através dos métodos convencionais, de maneira a obter os distintos formatos de embalagens.

Este resultado foi praticável atendendo a um processo de extrusão reativa, um processo contínuo, mas com um tempo de residência curto, o qual utiliza uma extrusora como reator contínuo, uma máquina que força material para um molde, de forma a ficar com o formato pretendido.

A partir dos novos biopolímeros desenvolvidos, que superaram as provas de compostagem realizadas, irá ser possível obter-se os recipientes para os produtos lácteos, segundo o instituto. Relativamente aos preços correntes dos materiais biodegradáveis, estes novos materiais aumentam em menos de 10% o custo final do produto embalado e colocado nas prateleiras.

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