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Bebidas e frescos venderam dez vezes mais em Portugal

O verão e as promoções aceleraram as vendas de bens de grande consumo e a subida é dez vezes maior do que a média europeia.

Terá sido o calor, as promoções, mas também um ponto de partida muito baixo, por causa da recessão, que ditaram o forte aumento das vendas dos supermercados portugueses, no terceiro trimestre deste ano, dez vezes superior à média europeia.

As vendas de bens de grande consumo (BGC) em Portugal cresceram 3,2% em valor, os preços subiram 0,5%, depois de uma deflação de -0,6% no período homólogo e as vendas em volume, mais 2,7%, situaram-se bem acima da média europeia, com mais 0,3%. Neste ano, até ao final do Verão, o retalho alimentar vendeu 6,442 milhões de euros, mais 2% do que há um ano.

Para estes resultados de forte aumento nas vendas em supermercados, hipermercados e lojas tradicionais contribuíram, especialmente, as bebidas não alcoólicas, mais 4% e as bebidas alcoólicas, mais 3%, além dos congelados, com mais 4% e dos produtos para higiene do lar, mais 3%. A única categoria de produtos que continua a perder vendas, apesar de alguma recuperação, são os lacticínios, -1%.

Também a recuperar, apesar de ainda estarem em terreno negativo, estão as marcas da distribuição, cujo crescimento tem sido ultrapassado pelas marcas de fabricante. As marcas da distribuição conseguiram destacar-se especialmente durante o Verão na categoria da higiene pessoal, o que terá a ver com o recurso cada vez mais frequente às promoções, refere Pedro Pimentel, diretor da Centromarca.

Retoma do Consumo

Os dados divulgados pela Nielsen evidenciam uma «retoma do consumo depois de um longo período de quebra de vendas, pelo que, percentualmente, os crescimentos surgem mais significativos», mas, em «relação ao aumento de preços, encaram este valor com alguma reserva, dada a preponderância do fenómeno promocional e a dificuldade que as empresas de estudos de mercado têm em realizar um acompanhamento adequado, em especial quando os descontos são dados em produto ou quando são descontos não diretos», alerta.

Então, o que terá acontecido é que o consumidor trocou mais frequentemente a marca da distribuição por uma marca de fabricante em promoção, podendo mesmo ter pago um pouco mais pelo produto, sem que isso signifique que tenha feito mais compras, dando a ideia de aumento dos preços.

«O fenómeno promocional tende a empurrar, pela maior diversidade, os consumidores para as lojas maiores», acrescenta Pedro Pimentel, justificando também um dos dados revelados pela Nielsen. No terceiro trimestre, os supermercados pequenos, de um a quatro caixas, lideraram em quota de mercado, com 34,8%, mas os supermercados grandes cresceram 3,6%. para uma quota de 31,4%, os hipers melhoraram ligeiramente para 26% e o comércio tradicional caiu mais 4,2 pontos, com uma quota de apenas 7,8%.

O quatro trimestre será fundamental para a grande distribuição, dada a possibilidade de o consumidor «preterir os espaços da grande distribuição como local prioritário para a aquisição das suas prendas de Natal». Pedro Pimentel espera «algum crescimento face ao período homólogo de 2015, mas com taxas de variação menos significativas» do que no Verão, mantendo a expectativa de que «será o fenómeno promocional a condicionar algumas das opções de consumo».

Fonte: Diário de Notícias.

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